Imagem Ativista ocupa Tribuna Livre para falar do Dia da Não Violência Contra a Mulher

Ativista ocupa Tribuna Livre para falar do Dia da Não Violência Contra a Mulher

Câmara Municipal de Vitória da ConquistaSessão OrdináriaTribuna LivreNotícia

14/09/2018 10:00:00


Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC), na manhã desta sexta-feira, 14, a Tribuna Livre foi ocupada pela ativista Ana Fábia, que falou sobre o dia 25 de novembro, Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher. Na oportunidade, ela agradeceu ao Poder Legislativo Municipal pela abertura de espaço para a discussão de um assunto tão importante.

Ana Fábia iniciou fazendo um apanhado histórico do posicionamento social da mulher na sociedade brasileira. “A história da mulher no contexto do nosso país é muito triste”, disse ela destacando o histórico patriarcal do Brasil. “Muita coisa ainda precisa mudar”, disse ela reconhecendo o avanço da legislação de proteção à mulher, mas ponderando a necessidades de maiores avanços. “A Lei Maria da Penha foi um marco, mudou muita coisa em nosso país”, disse ela, apontando, no entanto, que o Brasil ainda é o 5º país que mais comete violência contra a mulher.

A ativista apontou que muitas mulheres vítimas de violência são evangélicas. “Cerca de 40 % das denúncias são de mulheres evangélicas”, lamentou ela destacando que os ensinos cristão ressaltam o amor, o perdão e a compreensão, e também apontando que infelizmente muitas lideranças de igrejas relacionam a violência contra a mulher como algo de origem sobrenatural, recomendando apenas a oração como maneira de findar essa violência, e não a denúncia na delegacia.

Ela apontou a necessidade de orientar as vítimas a procuraram a polícia para enfrentar a prática. “Precisamos denunciar, orientar as mulheres acerca desse tipo de violência”, disse ela apontando que a violência pode ser física, psicológica ou mesmo sexual.

Antes de finalizar o uso da Tribuna Livre Ana Fábia leu o texto Canção das Mulheres, de Lya Luft:

“Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.

Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.

Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.

Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.

Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.

Que o outro sinta quanto me dói a ideia da perda, e ouse ficar comigo um pouco – em lugar de voltar logo à sua vida.

Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''

Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.

Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.”

Comentando a Tribuna pela Bancada de Oposição, a vereadora Nildma Ribeiro (PCdoB) comemorou o fato de as mulheres estarem se movimentando em busca de lutar pelos seus direitos. “Muito importante vermos mulheres ocupando esse espaço para falar da nossa luta”, disse ela. Ribeiro incentivou as mulheres a denunciarem as violências sofridas, como forma de combater a prática. 

Nildma anunciou que no dia 25 de novembro será realizada na Câmara uma audiência pública no dia 25 de novembro sobre o Novembro Roxo. “Temos que nos unir, homens e mulheres. A violência contra a mulher é uma questão de saúde pública”, apontou a parlamentar.

Pela Bancada de Situação, o vereador Luís Carlos Dudé (PTB) corroborou a ideia de que mais avanços são necessários. “Nós sabemos os avanços que tivemos, Conquistas importantes, mas ainda muito pequenas diante daquilo que a mulher pode contribuir para uma sociedade mais justa, mais igualitária e mais humana”, disse ele. Ele apontou que é importante que as mulheres ocupem cada vez mais espaços, contribuindo com os avanços sociais. “A mulher precisa ser mais respeitada pela sociedade como um todo”, concluiu ele.    




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