O vereador Coriolano Moraes, Professor Cori, (PT) iniciou seu pronunciamento na sessão ordinária da Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC), realizada nessa sexta (25), dizendo que “todas às vezes em que no Brasil, há governos progressistas, independente de partido, ocorrem golpes ou tentativas de golpes”.

Coriolano informou que no período do Presidente Getúlio Vargas (PTB), “os liberais, defendiam a abertura da economia nacional ao capital estrangeiro e adoção de medidas monetaristas que controlariam as atividades econômicas e os índices inflacionários. Os nacionalistas, que contavam com trabalhadores e representantes de esquerda, eram favoráveis a um projeto de desenvolvimento que contava com a participação maciça do Estado na economia”. Citou que as principais medidas foram “a restrição das importações, limite dos investimentos estrangeiros no País, bem como impedir a remessa de lucros de empresas estrangeiras aqui instaladas para seus países de origem. Em 1952 criou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), a fim de incentivar a indústria nacional”.  Surgiu a Petrobrás, para “controlar toda atividade de prospecção e refino de petróleo no país”. Implantou a Eletrobrás, responsável pela geração e distribuição de energia elétrica. Em 24.08.1954, quando se suicidou,  denunciou na carta-testamento “sua derrota perante grupos nacionais e internacionais que desprezavam sua luta pelo povo e, principalmente, os humildes”.

No período de João Goulart, Jango, (PTB), disse que “em 1961 a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria e o Pacto de Unidade e Ação, de caráter intersindical, convocaram uma greve reivindicando melhorias das condições de trabalho e a formação de um ministério nacionalista e democrático. Esse movimento conquistou o 13° salário para os trabalhadores urbanos. Os trabalhadores rurais realizaram, no mesmo ano, o 1° Congresso Nacional de Lavradores e Trabalhadores Agrícolas, em Belo Horizonte. No Congresso exigiu reforma agrária e Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) para os trabalhadores rurais. Em 1962, com a aprovação do Estatuto do Trabalhador Rural, muitas ligas camponesas se transformaram em sindicatos rurais. Anunciou uma série de medidas que estavam no embrião das reformas de base; defendeu a reforma da Constituição para ampliar o direito de voto a analfabetos e militares de baixa patente; e criticou seus opositores que, segundo ele, sob a máscara de democratas, estariam a serviço de grandes companhias internacionais e contra o povo. Jango anunciou que tinha assinado um decreto encampando as refinarias de petróleo privadas e outro desapropriando terras às margens de ferrovias e rodovias federais para a reforma agrária”. Depois veio o golpe em 1964.

Para Coriolano, no governo da Presidente Dilma Roussef (PT), “vários são os projetos de distribuição de renda e ações sociais como Ciência sem Fronteiras com 100 mil jovens atendidos, Bolsa Família com mais de 13,9 milhões de famílias atendidas, Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) e Minha Casa Minha Vida”. O programa Luz para Todos “completou 10 anos com mais de 15 milhões de pessoas beneficiadas e tantas outras ações”. Criticou que “parte do debate aponta para um Brasil quebrado. PIB Brasil, déficit 2,5%. O que falar de países que possuem déficit como a Espanha 5,8%, França 4,0%, Portugal 4,5%, EUA 2,4% e Reino Unido 5,2%? Estão quebrados? Essas informações não são debatidas corretamente. Independente de partidos, precisam ser discutidos com seriedade”.

Finalizou afirmando “o que está presente em todos estes cenários, é a luta de classe e da busca do controle do poder pelos grandes grupos econômicos para manter e ampliar a concetração de renda, e da propriedade. O que queremos é que o debate ocorra com o propósito de construirmos um Brasil melhor, uma sociedade cada vez mais democrática e de promoção da valorização da vida”.