Imagem Câmara realiza Sessão Especial do Dia da Consciência Negra

Câmara realiza Sessão Especial do Dia da Consciência Negra

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20/11/2015 21:00:00


A Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC) realizou na noite desta sexta-feira, 20, Dia da Consciência Negra, no Plenário Carmem Lúcia, a Sessão Especial sobre a Consciência Negra, em cumprimento à Lei Municipal N° 002/2008, que torna regimental a realização anual da Sessão Especial sobre o tema.
   
O vereador Júlio Honorato (PT), em sua fala, disse que o Dia da Consciência Negra é de bastante reflexão para todos. De acordo com o parlamentar, avanços já foram conquistados, mas ainda há muito a caminhar em direção à igualdade racial. “Nesse momento temos que celebrar esse dia, com a certeza de que já avançamos bastante através da desigualdade racial, mas é, acima de tudo, ter a consciência de que ainda há muito a conquistar”, disse Honorato. Júlio disse também que o preconceito contra as mulheres, contra o negro e contra os homossexuais ainda é forte no Brasil.

Para Júlio, o Dia da Consciência Negra é um dia de se voltar contra as práticas de intolerância religiosa, a violência contra mulheres e homens quilombolas que lutam por um pedaço de chão, o genocídio da juventude negra e contra a sociedade, que, para ele, ainda é preconceituosa, machista e racista. “É importante é estarmos mobilizados, vigilantes e atentos para cobrar do estado brasileiro a aplicação do que já foi conquistado”, disse Júlio.

O vereador Cícero Custódio (PV) lamentou que apesar dos avanços ainda existe muito preconceito contra negros e outros segmentos da população brasileira como índios e deficientes. Para ele, é o preconceito inadmissível e deve ser combatido por todos. O parlamentar lembrou que a intolerância acontece em todos os setores da sociedade e que ele próprio já foi alvo de discriminação ao tentar fazer uma compra. Segundo Cícero, ele foi tratado rispidamente numa concessionária por trajar roupas simples e ser negro. “Existe preconceito em todo lugar”, afirmou.

Representando o prefeito Guilherme Menezes, o secretário de Educação, Valdemir Dias, afirmou ser uma honra representar a prefeitura no evento. Afirmou que é necessário ter consciência diariamente. “O preconceito aí está. A sociedade não conseguiu ainda divergir só no campo das ideias”. Salientou que nos dias atuais há um genocídio alto de jovens, principalmente negros. “Nesses 515 anos de Brasil temos que evoluir. O Brasil foi um dos últimos países a abolir a escravatura”. Ele conclamou “a todos a lutar por uma sociedade mais justa, igualitária, sem preconceito, com acesso a educação, cultura, saúde. Parabéns a toda a CMVC e estamos a disposição”.

Durante sua fala, Elizabeth Moraes, coordenadora municipal de promoção da igualdade racial, lembrou que por conta do dia 20, o mês de novembro foi considerado como o dia da consciência negra, oportunidade para comemorar Zumbi dos Palmares, importante líder quilombola e guerreiro na luta contra a escravidão. “Essa data ainda é bastante incômoda e de difícil compreensão para uma parcela da população”, relatou. No entanto, a coordenadora lembrou que embora Zumbi seja uma figura histórica importante, “ainda nos falta recordar os nomes das mulheres que também resistiram como lideranças de quilombos e revoltas na luta contra o racismo e a escravidão como Dandara dos Palmares, Tereza de Benguela, Fulô do Panela, Maria Felipa, entre tantas outras”. Ela lembrou ainda, que mulheres negras não tem escolha sobre as possibilidades de sofrerem um ou outro preconceito: “Algumas reivindicações feministas clássicas, como a luta pelo direito de trabalhar fora de casa ou o combate aos estereótipos que representam”. Por fim, ela lembrou que durante o encontro Paralelo da Sociedade Civil para o Afro XXI, em 2001, foi idealizada a Marcha das mulheres negras. “No dia 18 de novembro, Brasilia abraçou a ideia e mais de 20 mil mulheres negras na Marcha que é uma ação estratégica para denunciar as iniquidades e as múltiplas violências provocadas pelo racismo e sexismo”, concluiu.

O coordenador municipal de Políticas de promoção da Cidadania e Direitos LGBT, Danilo Bittencourt, explicou que a coordenação de políticas LGBT está debatendo sobre a consciência negra porque quase a metade das mortes de pessoas LGBT envolvem motivações racistas. “Cabe relatar que 41% das mortes de LGBT hoje no Brasil são de pessoas negras violentadas por não negros. Não há apenas o quesito de homofobia, lesbofobia ou transfobia nas mortes, há também racismo presente nessas mortes”, disse Danilo.

O coordenador assegurou que a Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista se dedica à promoção dos direitos humanos. “A partir de 2014 a Prefeitura de Vitória da Conquista tem um olhar para as pautas de direitos humanos quando cria coordenações estratégicas, como a Coordenação de Políticas LGBT, a Coordenação de Políticas para Mulheres e a Coordenação de Políticas de Igualdade Racial. A gente precisa transversalizar todas as pautas que dizem respeito à cidadania”, disse Danilo. “Não podemos admitir que o racismo, o sexismo e a homofobia sejam cotidiana nos espaços públicos”, finalizou Danilo.

Pai Lôro, representante de Matrizes Africanas, ressaltou que a luta pela igualdade racial não é nova e destacou o papel das religiões de matrizes africanas. “Eu venho de uma religião de resistência, de força, de beleza, de poder e de exemplo. Nós não acatamos o preconceito, porque eu sou um homem considerado de pele branca, mas fui escolhido, agraciado pelo orixá para ser babalorixá”, disse. Para ele, a fé fala mais alto. “O povo de santo, além de sofrido, prevalece na sua fé, no seu otimismo e na sua luta”, falou.

Flávio Passos, representando o Conselho da Promoção da Igualdade Racial, relatou que esteve presente em um evento na cidade de Santarém: “compartilho isso com vocês para que vejam que o Brasil inteiro esta se juntando para combater o racismo”. Ele relatou que consciência negra é consciência da existência do racismo. “Não pode restringir esse momento ao dia 20 de novembro, nem as organizações sociais, essa luta deve estar presente em cada um”, clamou. E finalizou dizendo que “na ultima década foi garantido no marco legal vários direitos e temos que lutar para que isso seja colocado em pratica”.



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